segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Big Bosta Brasil

Olá, povo!

Reproduzo aqui um mail que recebi da Waldirene, amiga da época da facul, e com o qual concordo 101%


O educador Antônio Barreto, um dos maiores cordelistas da Bahia, acaba de retornar ao Brasil com os versos mais afiados que nunca depois da polêmica causada com o cordel "Caetano Veloso: um sujeito alfabetizado, deselegante e preconceituoso".

Desta vez o alvo é o anacrônico programa BBB-10 da TV Globo.
Nesse novo cordel intitulado "Big Brother Brasil, um programa imbecil" ele não deixa pedra sobre pedra.
São 25 demolidoras septilhas (estrofes de 7 versos).


Big Brother Brasil, um programa imbecil

Curtir o Pedro Bial
E sentir tanta alegria
É sinal de que você
O mau-gosto aprecia
Dá valor ao que é banal,
É preguiçoso mental
E adora baixaria.

Há muito tempo não vejo
Um programa tão ‘fuleiro’
Produzido pela Globo
Visando Ibope e dinheiro
Que além de alienar
Vai por certo atrofiar mais
A mente do brasileiro.

Me refiro ao brasileiro
Que está em formação
E precisa evoluir
Através da Educação
Mas se torna um refém
Iletrado, ‘zé-ninguém’,
Um escravo da ilusão.

Em frente à televisão
Lá está toda a família
Longe da realidade
Onde a bobagem fervilha
Não sabendo essa gente
Desprovida e inocente
Desta enorme ‘armadilha’.

Cuidado, Pedro Bial
Chega de esculhambação
Respeite o trabalhador
Dessa sofrida Nação;
Deixe de chamar de heróis
Essas "girls" e esses "boys"
Que têm cara de bundão.

O seu pai e a sua mãe,
Querido Pedro Bial,
São verdadeiros heróis
E merecem nosso aval
Pois tiveram que lutar
Pra manter e te educar
Com esforço especial.

Muitos já se sentem mal
Com seu discurso vazio.
Pessoas inteligentes
Se enchem de calafrio
Porque quando você fala
A sua palavra é bala
A ferir o nosso brio.

Um país como o Brasil
Carente de educação
Precisa de gente grande
Para dar boa lição
Mas você na rede Globo
Faz esse papel de bobo
Enganando a Nação.

Respeite, Pedro Bienal
Nosso povo brasileiro
Que acorda de madrugada
E trabalha o dia inteiro
Dá muito duro, anda rouco
Paga impostos, ganha pouco:
Povo HERÓI, povo guerreiro.

Enquanto a sociedade
Neste momento atual
Se preocupa com a crise
Econômica e social
Você precisa entender
Que queremos aprender
Algo sério – não banal.

Esse programa da Globo
Vem nos mostrar sem engano
Que tudo que ali ocorre
Parece um zoológico humano ...
Onde impera a esperteza
A malandragem, a baixeza:
Um cenário sub-humano.

A moral e a inteligência
Não são mais valorizadas.
Os “heróis” protagonizam
Um mundo de palhaçadas
Sem critério e sem ética
Em que vaidade e estética
São muito mais que louvadas.

Não se vê força poética
Nem projeto educativo.
Um mar de vulgaridade
Já tornou-se imperativo.
O que se vê realmente
É um programa deprimente
Sem nenhum objetivo.

Talvez haja objetivo
“professor”, Pedro Bial
O que vocês tão querendo
É injetar o banal
Deseducando o Brasil
Nesse Big Brother vil
De lavagem cerebral.

Isso é um desserviço
Mau exemplo à juventude
Que precisa de esperança
Educação e atitude;
Porém a mediocridade
Unida à banalidade
Faz com que ninguém estude.

É grande o constrangimento
De pessoas confinadas
Num espaço luxuoso,
Curtindo todas baladas:
Corpos “belos” na piscina
A gastar adrenalina:
Nesse mar de palhaçadas.

Se a intenção da Globo
É de nos “emburrecer”
Deixando o povo demente
Refém do seu poder:
Pois saiba que a exceção
(Amantes da educação)
Vai contestar a valer.

A você, Pedro Bial
Um mercador da ilusão
Junto à poderosa Globo
Que conduz nossa Nação
Eu lhe peço esse favor:
Reflita no seu labor
E escute seu coração.

E vocês, caros irmãos,
Que estão nessa cegueira
Não façam mais ligações,
Apoiando essa besteira.
Não deem sua grana à Globo,
Isso é papel de bobo:
Fujam dessa baboseira.

E quando chegar ao fim
Desse Big Brother vil
Que em nada contribui
Para o povo varonil,
Ninguém vai sentir saudade:
Quem lucra é a sociedade
Do nosso querido Brasil.

E saiba, caro leitor,
Que nós somos os culpados,
Porque sai do nosso bolso
Esses milhões desejados,
Que são ligações diárias
Bastante desnecessárias
Pra esses desocupados.

A loja do BBB
Vendendo só porcaria
Enganando muita gente
Que logo se contagia
Com tanta futilidade
Um mar de vulgaridade
Que nunca terá valia.

Chega de vulgaridade
E apelo sexual.
Não somos só futebol,
baixaria e carnaval.
Queremos Educação
E também evolução
No mundo espiritual.

Cadê a cidadania
Dos nossos educadores
Dos alunos, dos políticos
Poetas, trabalhadores?
Seremos sempre enganados
e vamos ficar calados
diante de enganadores?

Barreto termina assim
Alertando ao Bial:
Reveja logo esse equívoco
Reaja à força do mal…
Eleve o seu coração
Tomando uma decisão
Ou então: siga, animal…

FIM

Salvador, 16 de janeiro de 2010.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

E se fosse com você?

Houston, we have a problem!
A frase acima é célebre entre os americanos, pois quando uma missão espacial em andamento tem algum imprevisto negativo, é o sinal de alerta que faz as luzes vermelhas se acenderem, e essa frase tornou-se na cultura americana um sinal de problema em qualquer âmbito. Dada a crise de valores que nossa sociedade atravessa desde tempos imemoriais, dizer que temos um problema, em vez de ser um alerta, já é, infelizmente, uma constatação banal e corriqueira.
Sem querer me alongar muito sobre o tema, gostaria de abordar o tema alteridade. Sim, você leu certo, é alteridade, e não autoridade. Para introduzir melhor o tema, reproduzo aqui um texto de Amilcar del Chiaro Filho:
Construtores de Pontes

“Você sabe o que é um Pontífice? Certamente que sim. Pontífice é o sacerdote de maior hierarquia numa religião. Por exemplo: o Papa é um "pontífice". Contudo, queremos falar sobre o significado desta palavra na Antigüidade. Pontífice era um construtor de pontes.

Como você pode perceber, todos nós podemos ser pontífices, mesmo que não tenhamos a menor idéia de como se constrói uma ponte de madeira, de aço ou de concreto. Podemos construir pontes de relacionamento entre nós e outras pessoas Essa ponte deve partir do nosso coração para os corações das outras pessoas.

Construir pontes é construir relacionamentos, e para que esse relacionamento seja saudável e duradouro temos que respeitar as características da pessoa, ao mesmo tempo em que anulamos ou controlamos alguns dos nossos impulsos menos felizes.”

Mas por que este tema hoje?

Bem, ontem presenciei uma cena lamentável, revoltante até na fila da casa lotérica onde fui apostar na mega sena (vai que eu ganho, né...): Uma senhora, que conduzia uma menina deformada por causa de problemas no parto, havia sido hostilizada (não me pergunte o motivo, pois não saberia responder) por um senhor que lá havia ido pagar umas contas. Após ser atendida, revoltada com a grosseria do mesmo, disse-lhe que aprendesse um pouco de bons costumes, ao qual ele respondeu com um cínico, monstruoso e delituoso "... e você aprenda a fazer filhos perfeitos!"

Era clara a indignação de todos, inclusive a minha, que, se não bastasse a fila enorme após o feriado, tivemos que presenciar tal absurdo. Contive-me para não espancar aquela infeliz criatura que, com tão poucas palavras, além de cometer crime de discriminação contra uma deficiente física, trouxe à luz do dia uma série de preconceitos que infelizmente muitos de nós ainda trazemos entranhados nos recôditos de nossas pesadas consciências.

Enfim, talvez por perceber que se permanecesse ali ele seria linchado ou preso por policiais chamados pela ofendida senhora, evadiu-se, mostrando a todos, consciente ou inconscientemente, que era culpado. Deixando de lado este infeliz exemplo de desrespeito, voltemos ao assunto da alteridade, lembrando que "a semeadura é facultativa, mas a colheita é obrigatória, então, cuidado com as sementes que plantais".

Ok, você deve estar se perguntando o que tem isso tudo a ver com pontes. Acontece que hoje, e infelizmente desde muito tempo, nos ocupamos mais por levantar muros, cavar trincheiras, eletrificar cercas... É 'cada um no seu quadrado', como diz o hit do populacho, e que se danem aquele que estão de fora. Cada um que cuide de sua vida e que se lasquem de alto a baixo aqueles que não compartilham de nossos gostos, de nossas opiniões, de nossa posição social. Onde estão as pontes???

Recordo de um verso de uma canção da banda inglesa Queen: "Oh, how it would be if you were standing in my shoes?" - "ah, e como seria se você estivesse em meu lugar?"

E como seria se você estivesse no lugar de qualquer pessoa a quem você tivesse que dirigir a palavra ou dispensar qualquer tipo de tratamento? Certamente gostaria que te tratassem com mais respeito, mais compreensão, mais benevolência, certo? Então, dê o primeiro passo! Faça ao próximo aquilo que gostaria que te fizessem! Não levante muros, não cave trincheiras, não eletrifique cercas, mas CONSTRUA PONTES!!! Afinal, como diz um preceito místico inca, mitakuye oassim, "somos todos irmãos", consciências encarnadas e desencarnadas, criações de um mesmo Princípio Inteligente ao qual podemos chamar de Deus, Allah, Yaweh, Brahma, Grande Arquiteto do Universo, A Força... Somos todos irmãos, uns mais adiantados na compreensão do mundo e das criaturas, outros menos, mas todos responsáveis por seus pensamentos e atos, cada um de acordo com seu nível de compreensão.

Fica a dica: respire antes de fazer ou dizer qualquer coisa, pois o curtíssimo espaço de tempo que compreende uma inspiração e uma expiração porde ser mais que suficiente para pensar nas consequencias de suas palavras, de seus atos.

Chegará o tempo em que a autoridade dará lugar à alteridade, mas não espere que façam alguma coisa para que isso aconteça: dê o primeiro passo, seja um construtor de pontes!

Em tempo: quando alguém fala, esse alguém é o primeiro a ouvir; o mesmo se dá com quem escreve, sendo o primeiro leitor, logo, quando escrevo algo no blog, escrevo também para mim.

PAZ!

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Da Falta de Bom Senso - Parte V - O Carnaval.

“Ói nóis aqui ‘traveiz” para descer o malho na falta de bom senso alheia!

Carnaval... Quando ouço essa palavra, me dá uma vontade extrema de possuir uma máquina do tempo que me permitisse saltar uma semana a partir da quinta-feira. Nessas horas, por ainda estarmos impossibilitados tecnologicamente de realizar tal feito, lamento não ter dinheiro suficiente para me refugiar numa pousadinha esquecida no meio das montanhas, onde sequer fosse possível ligar a TV e ser obrigado, a cada cinco minutos, a ouvir o maldito “E lá vou eu, LÁ-VOU-EU”...

Revolto-me com o DESPERDÍCIO de dinheiro com algo tão inútil como o carnaval. Enquanto “as comunidádi” se rasgam de trabalhar noite adentro para fazer fantasias e enfeitar os carros alegóricos com dinheiro tanto subsidiado pelos governos quanto pelo tráfico e jogo de bicho (que ainda é contravenção penal!), muitas pessoas ainda dormem nas calçadas, muitas crianças ainda passam fome e, outras ainda, estudam em escolas sucateadas, sob a regência de professores pessimamente remunerados. Uma coisa que não consigo aceitar é que se um governante está onde está, sabendo o que sabe, é porque vários professores lhes conduziram a instrução intelectual a tal ponto que adquirissem autonomia para alcançar tais postos de comando. Alguém alegará que se trata de festa popular mundialmente conhecida e que traz turistas ao Brasil. Ok, mas dos turistas que vêem, muitos o fazem com o intuito de realizar o chamado turismo sexual e pior ainda, com intuito de realizar suas perversões pedófilas, pois nessa festa de Momo, meninas desde a mais tenra idade vestem trajes sumários e dançam de forma sensualíssima. Antes o dinheiro fosse empregado para dar maior infra-instrutora às nossas praias que muitas vezes sequer possuem um banheiro público ou ruas que lhes dêem acesso calçadas, o que permitiria uma melhor limpeza.

Entendendo como a coisa funciona, o carnaval surgiu como uma forma de permitir que as pessoas extravasassem seus instintos mais animalescos, mais carnais (daí o nome carnaval) antes de entrar num período de recolhimento espiritual quando da época da quaresma, que são 40 dias antes da festa da Páscoa. Geeeente... quanta hipocrisia!!! Então quer dizer que durante os dias de carnaval o sujeito vai “colocar os bichos (e as bichas, he he) pra fora” e depois vira santo??? Dá licença, viu...

E os aspectos sanitários??? É uma festa que traz implícito o consumo imoderado de bebidas alcoólicas e drogas de toda espécie; não bastasse isso, dementados pelo uso de tais entorpecentes, pessoas (pessoas???) realizam suas necessidades fisiológicas em plena rua, deixando aquele ‘perfume’, além de, é claro, jogarem confetes, serpentinas e aquelas famigeradas espumas em spray. Confetes e serpentinas não raro caem nos bueiros de drenagem da água das chuvas... depois o pessoal reclama que as ruas alagam após qualquer chuvinha... OLHA A FALTA DE BOM SENSO AÍ, GENTE! CHORA CAVACO!

Penso que ainda não fizeram uma estatística sobre os abortos praticados nos meses seguintes ao carnaval - por razões óbvias, pois o aborto na maioria dos casos é um crime – uma vez que envolvidos numa atmosfera de sensualidade e com a razão tolhida pelo uso de tantas substâncias entorpecentes, se praticam atos sexuais sem a devida proteção, o que agrava ainda a disseminação de doenças sexualmente transmissíveis. E não me venham argumentar que as campanhas para o uso de preservativos preenchem essa lacuna, pois o buraco é muito mais embaixo, uma vez que, como já disse, o uso de entorpecentes tolhe a razão dos foliões.
Quanto ao ambiente vibracional... Lamentável. A irreverência e a sensualidade desmesuradas presentes nos ambientes carnavalescos baixam as vibrações de tal forma que induz os foliões a entrarem em sintonias tão inferiores que fazem uma “lambança espiritual”, atraindo espíritos inferiores da pior espécie, que se ‘alimentam’ de seus excessos, causando viciações ao álcool, entorpecentes e sensualidade irregrada que podem, não raros casos, causar perturbações psíquicas de todas as espécies. Nas zonas espirituais mais inferiores subjacentes à Terra, Calígula se delicia na época do carnaval...

Independente de aprovar ou desaprovar tanta insensatez, doe sangue. Dados os excessos cometidos nesta época, acontecem muitos acidentes de trânsito e muitas vidas deixam de ser salvas por falta de transfusões de sangue. Sendo maior de 18 anos, procure um hemocentro e doe uma pequena parte de si. Só dói uma picadinha da agulha e é feita uma bateria de exames que você recebe em casa algum tempo depois da doação e, caso haja algum problema de saúde detectável, o laboratório avisa por carta ou telefone. Doe sangue, doe vida.

Paz!