sábado, 2 de outubro de 2010

Processo Eleitoral - a minha resposta à torrente de e-mails

Abaixo, a mensagem que enviei aos muitos amigos dos quais recebi e-mails sobre o porcesso eleitoral:


Caros(as) amigos(as)

Antes de quaisquer outras palavras, gostaria de agradecê-los pela preocupação com os rumos que NOSSO país tomará nos próximos anos com a eleição de novos (ou nem tanto) representantes nos Poderes Executivos e Legislativos. Aproveito ainda para expressar minha gratidão por sua amizade e atenção.

O motivo desta mensagem é simples: quero, depois de dezenas (ou até centenas) de e-mails recebidos com notícias alarmantes sobre candidato ‘A’, ‘B’ ou ‘C’, expressar minha opinião sobre isso e mais uma vez, agradeço sua atenção para com este que vos escreve.

Como profissional de Educação Física e atualmente cursando mestrado numa linha de pesquisa que contempla o estudo e a investigação em perspectiva histórica e sociocultural da Educação Física e das práticas corporais, esportivizadas ou não, sua escolarização, suas práticas e representações, e por isso, me considerando alguém que reflete sobre aspectos transdisciplinares que abrangem inclusive a política, quero tecer alguns comentários sobre a torrente de e-mails recebidos aos quais me dispus a ler até para que pudesse dar um retorno aos(às) caros(as) amigos(as) que, desta forma, expunham sua opção política.

Em primeiro lugar, sim, estou ciente de que Dilma Roussef foi militante do partido comunista e embora em seu site diga que ela não participou das ações armadas, mesmo que isso tenha acontecido, por mais que porventura tenha assaltado, seqüestrado e até matado, se você hoje goza de liberdade de expressão, podendo inclusive dizer um palavrão na rua onde haja policiais, agradeça aos brasileiros que lutaram por nossa liberdade política. Nasci durante os ‘anos de chumbo’, embora só tenha vivido neles até os 8 anos quando o General João Batista Figueiredo deixou o poder e se iniciou a campanha por eleições diretas. Não votaria jamais numa pessoa que num Estado Democrático de Direito tivesse pegado (ou não) em armas para transgredir as leis que garantem um mínimo de ordem em nossa sociedade.

Em segundo lugar, considero que as pessoas têm suas predileções e características pessoais que as capacitam a melhor servirem ao seu País neste ou naquele cargo público. Não é porque um(a) candidato(a) teve uma atuação excelente como parlamentar que o(a) mesmo(a) terá um excelente mandato num cargo do Poder Executivo. A história política de nosso País conta com muitos exemplos de parlamentares ‘inúteis’ que posteriormente tiveram mandatos excelentes no Poder Executivo, bem como casos inversos. Poucos, infelizmente atuaram bem nos dois Poderes e, lamentavelmente, muitos foram infelizes em todos os mandatos. A culpa, certamente é NOSSA, e me incluo, como brasileiro nato, por não me interessar por política até pouco tempo, votando mais por simpatia do que por analisar criteriosamente as propostas dos(as) candidatos(as).

Em terceiro lugar, excelentes propostas de governo ou atuação parlamentar NÃO são garantias de um bom mandato, pois ninguém governa sozinho. Um candidato com propostas ‘sensatas’, ‘agradáveis’ e até mesmo ‘viáveis’, mas que não pertença a uma coligação partidária que tenha uma representatividade que lhe dê apoio político para aplicar as propostas está fadado a ser apenas mais um candidato que tem um grande potencial, mas que por falta de sustentabilidade política, não consegue tirar do papel suas propostas.

Em quarto lugar, gostaria de lembrar àqueles que, assim como eu, já passaram dos trinta anos e VIVERAM o processo de impeachment do ex presidente Fernando Collor de Mello, que, embora tenhamos sido induzidos a votar nele por todo um processo de marketing que nos ‘vendeu’ a imagem de um presidente jovem e cheio de disposição para governar, mas que ‘fez besteira’ inclusive ao escolher mal seus assessores, que caso aquele(a) que elegermos seja apenas mais um fruto do marketing político, podemos, da mesma forma, tirá-lo(a) de onde o(a) colocamos. Nem que para isso seja necessário protestar e até mesmo pegar em armas.

Em quinto lugar, agradeço àqueles(as) que me enviaram mensagens com propostas de candidatos, as quais pude então analisar e optar por aquelas que mais me pareceram coerentes e aplicáveis para o bem comum.

Por fim, quero mais uma vez expressar o meu apreço por vocês a quem envio esta mensagem, pedindo-lhes que não tome esta como uma afronta ou algo que a valha, mas apenas como a minha resposta à torrente de e-mails recebida.

Com um sincero abraço e protesto de apreço,

Prof. Wallace Rocha Assunção



PS: Esta mensageme foi enviada a muitos contatos, como 'cópia oculta', preservando a privacidade de meus contatos.